Pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes diz que “tradição” jurídica brasileira tem sido “violentada por uma palavra, que vale lei, do Supremo Tribunal Federal”. Ele avalia que a prisão de Lula “confronta a norma constitucional brasileira à luz da nossa tradição”.
Ciro considera Lula vítima de uma injustiça, por entender que a Constituição não autoriza a aplicação da pena de prisão após condenação em segunda instância. Ele também acha a condenação injusta.
No entanto, afirma que há “uma forçação de mão” do PT ao dizer que Lula é um “preso político”.
O pedetista avalia que o STF deveria ter julgado a possibilidade de prisão pós-segunda instância em tese antes de apreciar o habeas corpus de Lula. Mesmo o entendimento que prevê a pena de prisão nessa circunstância, diz Ciro, é uma autorização e não uma determinação. “Autorizada [a prisão], o juiz Sergio Moro que a determinou.”
Indagado se espera eventual apoio petista num cenário eleitoral sem Lula, Ciro diz que “tem que ter muita paciência” para entender o momento “grave, delicado, que o PT está vivendo”. Acredita que a prisão de Lula, um ex-presidente que “projetou a imagem do país lá fora”, é “um trauma que vai ficar marcado na história”.
O pedetista se opõe à privatização da Eletrobrás por considerá-la “crime contra a sociedade brasileira”. Ele diz: “Nenhum país entrega o seu regime de águas ao controle do capital estrangeiro”.
Segundo ele, há cerca de 250 hidrelétricas interligadas e seria difícil, com a privatização, gerenciar o fornecimento de energia e de água ao mesmo tempo com o controle em mãos privadas estrangeiras.
Ele nega ter agredido um militante do MBL (Movimento Brasil Livre) que o provocou ontem em Porto Alegre. Indagado se o temperamento seria seu maior inimigo, responde: “Isso é o que gostariam os meus adversários de passar”, porque não teriam como questionar sua competência e honestidade.
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