quarta-feira, 16 de março de 2016

Garibaldi diz que desfecho da crise está próximo, e que Lula não vai resolver problema de Dilma

Em entrevista exclusiva ao jornalista Diógenes Dantas, senador do PMDB fala sobre os rumos do processo de impeachment da presidente.


FD/Política
O senador Garibaldi Alves Filho acredita que a Convênção Nacional do PMDB foi uma demonstração de que o partido deixará a base aliada do governo.
O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) concedeu entrevista ao jornalista Diógenes Dantas em Brasília e comentou sobre a crise política vivida pelo país. Para o parlamentar, após as manifestações históricas em todo o Brasil contra o governo, uma solução para reverter o quadro se tornou ainda mais urgente. “Não há como mais adiar uma solução que não seja traumática e traumática terá que ser”, disse.
De acordo com o senador, mesmo que o ex-presidente Lula assuma um ministério, não será possível contornar a posição desfavorável do governo. “Acho que o ex-presidente Lula perdeu aquelas condições que tinha quando era presidente da República. Ele se mostrou um presidente que assumiu as articulações políticas do seu governo, coisa que nem de longe acontece com a presidenta Dilma. Mas hoje ele está muito fragilizado. Diria que a essa altura, se eu pudesse ser ouvido, não recomendaria que Lula entrasse no ministério”, afirmou.
Garibaldi analisa três cenários possíveis. O primeiro e mais improvável seria uma renúncia da presidente da República. “A presidenta renunciaria, coisa que não está previsto por ninguém, dada as declarações peremptórias dela de que isso não virá acontecer”, comentou. Uma segunda hipótese, que na opinião do senador também tem poucas chances de ocorrer, seria uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassando o mandato da presidente. Por último, o julgamento do processo do impeachment, fato mais iminente. “Creio que o processo de impeachment deverá ser a decisão a ser adotada contra ou a favor. Vai ter seu curso, vai demorar porque depois das manifestações, há quem acredite que tudo vai ocorrer celeremente. Eu não acredito”, explicou. 

Sobre o possível fim do apoio do PMDB ao governo, que ficou evidenciado na Convenção Nacional realizada pelo partido no último sábado (12), o parlamentar acredita que haverá a ruptura. “Porque se o partido tivesse condições de não desembarcar, se o partido se sentisse à vontade para não desembarcar, mas a própria convenção foi uma demonstração de que o partido resolveu desembarcar”, afirmou.
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Uma situação que favorece o afastamento do partido é a possibilidade do vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, assumir a cadeira da presidente Dilma. “Primeiro não resta dúvidas que as manifestações pressionam as bancadas não apenas do PMDB, mas também dos outros partidos. Segundo, porque com o desfecho favorável ao impeachment assumiria o vice-presidente, que é o presidente do PMDB. Então, não tenho dúvidas de que isso vai girar em torno disso”, comentou Garibaldi.
Apesar da situação controversa, o senador Garibaldi disse que não vê ainda uma condição favorável para a cassação da presidente Dilma. “Politicamente a presidenta está numa situação de extrema fragilidade, mas juridicamente o que é argumentado em relação ao impeachment, sobretudo as pedaladas, a parte fiscal, isso não dá segurança a quem queira votar o impeachment do ponto de vista legal e jurídico. Nós não estamos ainda convencidos juridicamente, mesmo politicamente”, ponderou.
PMDB no RN
Quanto ao posicionamento da bancada potiguar do PMDB, Garibaldi é cauteloso e diz que o apoio do partido é voltado para o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves. “Enquanto Henrique for ministro nós diríamos que nós do PMDB do Rio Grande do Norte vamos prestigiar nosso ministro. Vamos respeitar essa condição e ter nele a certeza que a despeito dessa situação de crise, que ele não possa fazer o que pretende com relação ao Brasil, sobretudo com relação ao Rio Grande do Norte. O que é certo é que estaremos ao lado dele”, afirmou.

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