O colunista Gerson Camarotti revelou que o núcleo mais próximo da presidente Dilma Rousseff estava atordoado no Palácio da Alvorada durante boa parte da noite. Pela primeira vez, houve o reconhecimento de que a situação política ficou insustentável. De forma reservada, alguns auxiliares já reconhecem que foi um grande erro ter deflagrado a operação para transformar Lula em ministro com o objetivo de tirar a investigação sobre o ex-presidente da mira do juiz Sérgio Moro.
Há o reconhecimento interno de que ficou frágil a explicação do Palácio do Planalto sobre o episódio porque não responde à principal questão revelada pela conversa entre Lula e Dilma: a pressa desesperada para transformá-lo em ministro.
No início da noite, foi revelada uma gravação com autorização judicial entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma. Na conversa telefônica, Dilma diz que encaminhará a ele o “termo de posse” de ministro para que seja usado em caso de necessidade. Os investigadores da Lava Jato interpretaram o diálogo como uma tentativa de Dilma de evitar uma eventual prisão de Lula.
Auxiliares reconhecem que o episódio levou a Lava Jato para dentro do Palácio do Planalto de forma definitiva. E que Lula virou um problema de difícil solução. “O objetivo inicial era de que ele ajudaria a barrar o processo de impeachment. Mas, agora, ele pode ser o deflagrador desse processo de queda do governo”, reconheceu agora à noite um interlocutor da presidente Dilma, assustado com a dimensão da crise política.
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