Julgamento do mensalão pelo STF é citado como exemplo.
Perguntado sobre pressão, Janot afirma que MP tem 'couro grosso'.
O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quinta-feira (17) que “ser ministro não blinda ninguém” e que a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil “não muda nada” para as investigações contra o ex-presidente.
"Vou pegar os processos que estão em Curitiba, trazer para o Supremo (Tribunal Federal) e dar continuidade tal qual aconteceu em Curitiba. Sem diferença nenhuma", disse Janot, durante visita à Suíça, como mostrou a Globonews.
Lula é investigado em 4 frentes. Atualmente, os casos estão na primeira instância da Justiça em, dentre eles, estão as investigações sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro, do Paraná. Com a nomeação para ministro, os casos contra o ex-presidente passam a ser julgados pelo (STF). Opositores afirmam que a mudança beneficia Lula.
Janot afirmou que o Ministério Público Federal tem "couro grosso" para não se dobrar a pressões e relembrou o julgamento do mensalão, em referência ao risco de o julgamento no STF ser mais favorável ao ex-presidente.
"O Supremo já deu mostras de que também tem uma atuação republicana. No julgamento da ação penal 470, quem pensava dessa maneira, deixou de pensar. E esse exemplo deve ser seguido para os demais."
Janot também rebateu as declarações de Lula que, gravação interceptada pela Polícia Federal, reclama da falta de gratidão do procurador-geral da República.
"Que ingratidão? O que eu posso dizer é que eu entrei no meu cargo por concurso público, tenho 32 anos de carreira, percorri toda a minha carreira", disse. "Se eu devo a algúem esse meu cargo é à minha família."
Posse suspensa
A posse de Lula foi marcada esta quinta, mas foi suspensa pela decisão do juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara do Distrito Federal, por meio de uma decisão liminar (provisória). Ao G1, o juiz federal afirmou que tomou a decisão para preservar a “harmonia entre os Poderes para que o país possa funcionar corretamente”.
uiz não é cego nem surdo para o que está acontecendo. E ontem [quarta] o país inteiro viu que existe uma clara intenção do ex-presidente da República, e talvez até da atual presidente da República, de intervir no Poder Judiciário. Isso é inadmissível, isso não pode ser permitido de forma alguma”, enfatizou.
uiz não é cego nem surdo para o que está acontecendo. E ontem [quarta] o país inteiro viu que existe uma clara intenção do ex-presidente da República, e talvez até da atual presidente da República, de intervir no Poder Judiciário. Isso é inadmissível, isso não pode ser permitido de forma alguma”, enfatizou.
Do G1, em São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário