quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Wagner: governo não tem coelho na cartola para economia

 Da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, concede entrevista coletiva após reunião com o vice-presidente Michel Temer (Valter Campanato/Agência Brasil)
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, conversou com jornalistas ao sair do gabinete do vice-presidente, Michel TemerValter Campanato/Agência Brasil
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que o governo não prepara um grande pacote para recuperar a economia neste ano, e que os problemas do setor serão resolvidos "passo a passo". Segundo ele, o objetivo da presidenta Dilma Rousseff e da equipe econômica é retomar a confiança dos empresários, dos investidores estrangeiros e dos trabalhadores no sentido de haver mais empregos.
"Não estamos mais em tempo de pacotes, eu acho que não tem nada bombástico. Pelas perguntas parece que as pessoas estão esperando qual é a grande notícia, o coelho na cartola. Não tem coelho na cartola. A gente vai continuar buscando o equilíbrio macroeconômico, o equilíbrio fiscal, abrindo trilhas para uma retomada do crescimento", afirmou.
Wagner conversou com jornalistas ao sair do gabinete do vice-presidente, Michel Temer. Ele solicitou o encontro como uma visita de cortesia pelo início do ano. Segundo ele, não foi discutido com Temer nenhum assunto específico.
Na opinião do chefe da Casa Civil, a expectativa do governo para este ano é que o país consiga retomar e melhorar a economia, desafio "mais importante", de acordo com ele. "Creio que politicamente a gente fechou melhor o ano, ou pelo menos do que muita gente imaginava. Todo mundo reconhece que tem um ambiente melhor. Agora é trabalhar", disse.
Impeachment
Perguntado sobre o impasse no PMDB sobre a liderança da bancada do partido na Câmara dos Deputados e sobre apoio de integrantes da legenda, que podem ser importantes na análise do processo de impeachment contra a presidenta Dilma, o ministro disse que essa é uma questão interna do partido. "Espero que as disputas políticas não caracterizem uma briga interna no PMDB. A gente sabe que em todos os partidos têm pessoas mais próximas, outras não tão próximas do governo. A gente vai trabalhar com o conceito de partido para que tenha nossa base mais consolidada, mais compactada", disse.
O ministro voltou a defender que a pauta do impeachment tenha um desdobramento o mais rápido possível. Na opinião dele, o governo vai derrotar o pedido de afastamento da presidenta já na Câmara dos Deputados. "Não temos nenhum interesse de manter essa agenda. Ela não é boa para o Brasil, joga instabilidade. Quanto mais rápido [houver um desfecho], melhor. Essa, aliás, não é agenda nossa. É agenda que está na Câmara. Eu reconheço que perdeu força, mas o bom é que ela termine definitivamente", declarou.
Sobre o encontro dessa terça-feira de Dilma com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Wagner disse que também foi uma conversa de "começo de ano". "Não teve conversa sobre economia. Ele veio com o [presidente nacional do PT] Rui Falcão, eu e a presidenta. Foi uma conversa de: 'Olha, vamos aproveitar esse momento, que fechamos o ano melhor e portanto continuar cuidando, sem nenhuma ilusão sobre os problemas", disse.

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