quarta-feira, 27 de abril de 2016

Em reunião, Lula e Renan discutem nova eleição presidencial

Do Notícias ao Minuto - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estar preocupado com o desdobramento do processo político em curso no país. Os dois se encontraram por cerca de uma hora e meia na tarde desta terça-feira (26), na residência oficial do Senado. 
O peemedebista não contou detalhes do encontro e se limitou a dizer que Lula falou de sua experiência como presidente do país e defendeu valores democráticos. "Ele disse que acredita muito no Brasil, que o Brasil é maior do que as suas crises, e que ele quer colaborar com saídas". A Folha apurou que Lula se declarou realista quanto as poucas chances de Dilma conseguir escapar do impeachment. Renan defende que novas eleições sejam realizadas. No entanto, acredita que isso não poderá ser feito via PEC (Proposta de Emenda Constitucional), uma vez que o Congresso não aprovaria a medida. Dessa forma, a saída que o senador acredita ser possível é através de um plebiscito. Dentro deste contexto, Lula está bem posicionado nas pesquisas de intenção de voto e, segundo aliados, ficou animado com o cenário. 
No encontro, Renan afirmou que reforçou o papel histórico do Senado e o seu esforço pessoal para ampliar a previsibilidade política e constitucional para que a Casa julgue a presidente Dilma Rousseff. "Ao fim e ao cabo [disse] que seria uma decisão política, claro, mas que seria uma decisão de mérito com relação a saber se a presidente cometeu ou não crime de responsabilidade", afirmou. 
A conversa com o petista foi a primeira de uma série de reuniões que Renan fará nesta terça e quarta. No fim da tarde, o peemedebista se encontrará com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Amanhã, ele irá ao Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República, para uma conversa com o vice-presidente Michel Temer. Segundo Renan, pela tarde ele receberá o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, em seu gabinete. 
"Eu vou continuar conversando com todos. Conversar não arranca pedaço. [...] Acho que o papel do presidente do Senado é exatamente esse. É conversar com todo mundo para, em todos os momentos, demonstrar isenção e responsabilidade com o país. Conversar e trabalhar para construir convergências com todos os atores dessa crise política", disse. 
Temer tem realizado uma série de reuniões com economistas e políticos que podem integrar o seu eventual governo, caso o Senado aprove o afastamento da presidente Dilma Rousseff. A votação está prevista para ocorrer em 11 de maio. 
Questionado sobre se considera que o vice está se apressando na definição do seu governo, Renan afirmou apenas que "não acha nada". "Eu sinceramente não acho nada e, cada vez mais para manter a isenção, eu devo achar menos para chegar ao final desse processo administrando essa convergência", disse. 
MOVIMENTOS 
Renan também recebeu durante a tarde representantes dos movimentos Povo Sem Medo e da Frente Brasil Popular, contrários ao impeachment de Dilma Rousseff e afirmou que não se deve "partidarizar" debate. 
O peemedebista ouviu pedidos para que trate com isenção e assegure à petista o direito de defesa ao longo da tramitação do processo na Casa. 
Enquanto Renan ainda recebia os integrantes dos movimentos sociais, Raimundo Lira (PMDB-PB) e Antonio Anastasia (PSDB-MG), respectivamente, eram confirmados na presidência e relatoria da comissão especial do impeachment. 
Segundo o líder do MST (Movimento Sem Terra) João Pedro Stédile, o grupo entregou um "manifesto com milhares de assinaturas para dizer que somos contra o golpe". 
"Estamos convencidos que o Senado, ao contrário da Câmara, que foi um tribunal de exceção comandado por um réu que pode ser preso a qualquer momento, vai recuperar a legalidade do processo". 
Como tem afirmado publicamente, Renan repetiu ao grupo que vai garantir o rito democrático do processo, sempre agindo com isenção. Com informações da Folhapress.

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