Em audiência pública na Comissão do Esporte na Câmara dos Deputados, ele negou que tivesse conhecimento de qualquer irregularidade.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, lamentou nesta terça-feira a prisão de seu antecessor, José Maria Marin, a quem chamou de "grande companheiro", e reafirmou que fica no cargo até “o último dia de seu mandato”.
Em audiência pública na Comissão do Esporte na Câmara dos Deputados, com a presença de 30 parlamentares, ele negou que tivesse conhecimento de qualquer irregularidade na entidade.
Marin foi preso em Zurique no final de maio junto com outros dirigentes da Fifa em investigação dos Estados Unidos e da Suíça sobre corrupção no futebol.
“Marin era uma pessoa que gostava muito e o considerava um irmão”, disse a deputados o presidente da CBF, que assumiu o posto em abril. “Mas não posso responder, eu respondo pelos meus atos.”
Del Nero estava no mesmo hotel onde Marin foi preso, mas voltou ao Brasil um dia depois das detenções e na véspera da eleição para presidente da Fifa, que reelegeu Joseph Blatter. O suíço, no entanto, renunciou na semana passada em meio ao pior escândalo a atingir a entidade que controla o futebol mundial.
"São fatos extremamente graves noticiados pela imprensa, mas infelizmente atingem um grande companheiro. Isso realmente machuca muito mais. Era um homem que participava de todos os momentos comigo", disse.
O dirigente brasileiro garante que não deixará o cargo, embora tenha admitido que em certas ocasiões tem vontade de sair. "Às vezes dá vontade de ir embora, porque tanta coisa que a gente passa. Presidente de clube tem vontade de ir embora todo dia. Mas ele tem a obrigação com o eleitorado dele. Eu também. Não renuncio não. Vou ficar lá até meu último dia de mandato", disse.
“Renuncia quem tem alguma coisa errada na vida”, afirmou, quando questionado por um deputado se deixaria o posto.
Ao referir-se às denúncias de irregularidades na escolha das sedes das próximas duas Copas do Mundo, em 2018 na Rússia e 2022 no Catar, e outros casos de corrupção como “fatos extremamente graves”, Del Nero afirmou que é necessário aguardar o encerramento das investigações e seus desdobramentos.
O presidente da CBF ressaltou que determinou a “imediata” entrega de documentos ao Ministério Público Federal e ao Ministério da Justiça sobre “determinados contratos”.
Del Nero aproveitou para listar uma série de mudanças que pretende implementar na CBF para adequá-la aos “novos tempos”, o que incluiria a obrigatoriedade de assinatura de contratos compartilhada por mais de um dirigente e ainda a limitação dos mandatos de presidente a uma reeleição.
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