Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi
A ex-prefeita Micarla de Sousa,
acusada de participar do esquema de corrupção revelado pela operação
Assepsia, do Ministério Público, chegou à sede da Justiça Federal, na
noite desta segunda-feira (8), para prestar depoimento, acompanhada pela
mãe, Mirian de Souza, a irmã Priscila de Souza e seus advogados.
Durante o depoimento, que durou mais de
uma hora, a acusada chorou ao ser questionada se haveria enriquecido
depois do período que ficou à frente do poder Executivo de Natal. Micarla respondeu que se tivesse saído mais enriquecida, a família não teria vendido o maior bem, a TV Ponta Negra. “Meu patrimônio diminuiu. E não foi só o meu, foi da minha família também”. Disse Micarla.
Foto: Adriano Abreu
A ex-prefeita defendeu Assis Rocha e seus ex-auxiliares na prefeitura, Fernando Luna, ex-secretário de Planejamento, e Bruno Macedo,
ex-procurador-geral do Município, todos réus no processo movido pelo
Ministério Público Federal. O processo é resultado da Operação que
investigou contratos entre a Prefeitura de Natal e a Organização Social
(OS) Marca. Essa organização social foi responsável por gerir os
Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) e a Unidade de
Pronto-Atendimento (UPA) de Pajuçara.
Segundo ela, Luna e Assis Rocha também não tiveram mudanças na sua vida financeira. “Luna e Assis continuam do mesmo jeito pelo que eu sei”, acrescentou Micarla de Sousa.
Ela garantiu que não sabia de nenhum favorecimento eventualmente dado à
Marca. Segundo ela, só soube depois que a Operação foi deflagrada e
alega ter sido vítima de traição e culpa ex-secretários por supostos
desvios na Saúde de Natal. “O senhor sabe o que é uma mulher traída,
sempre a última a saber”, disse.
Questionada pelo procurador da República Fernando Rocha, Micarla de Sousa não falou sobre o valor do seu patrimônio e disse apenas que sua renda era originária de doações da sua mãe, Miriam de Sousa, e da rádio 95FM, da qual ainda é sócia. O procurador perguntou também se Micarla
não sabia que Marca tinha fins lucrativos, o que vai de encontro com a
legislação que regula as OS. A ex-prefeita disse que desconhecia. Micarla de Sousa negou envolvimento em qualquer irregularidade e afirmou que se sentiu traída com as notícias de corrupção.
Micarla chorou ao afirmar ter prometido no leito de morte de seu pai, o ex-senador Carlos Alberto de Sousa,
que cuidaria do patrimônio da família daquele em momento em diante.
Além disso, lembrou de questionamentos de um de seus filhos. “Mãe porque
te chamam de ladra se a gente está passando pelo o que a gente
passou?”, disse durante a audiência.
Com informações da Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário