Foto: Bruno Sharvit/Hebrew University
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa,
que esteve em Israel para receber o título de doutor honoris causa da
Universidade Hebraica de Jerusalém, neste domingo, afirmou que “política
no Brasil se tornou uma coisa desagradável”.
O que parece é que essa avaliação vem
confirmar sua falta de vontade em disputar qualquer cargo eletivo. “Nada
em vida pública me encanta mais”.
Segundo Barbosa, que
ficou conhecido pelo grande público com o julgamento do mensalão, o país
“aprendeu muito” com o escândalo que financiava deputados da base
aliada do PT com recursos desviados de contratos públicos.
“No Brasil, os operadores do sistema de
Justiça têm mecanismos de defesa. Juízes têm garantias de independência
muito forte. O Ministério Público também, sem interferência de governo”,
disse o ministro aposentado.
No entanto, o ex-presidente do STF se
recusa a falar sobre o julgamento que lhe trouxe fama: “Quanto ao
mensalão, isso é coisa do meu passado. Agora estou em outra”.
Joaquim Barbosa, que
abriu uma empresa de palestras e tem se apresentado no Brasil e no
exterior desde que deixou o cargo em 2014, depois de 11 anos de Supremo,
afirmou que os críticos do Judiciário “esperneiam”, mas não vão
conseguir que ele deixe de cumprir seu papel de vigia do poder, destacou
o jornal Folha de São Paulo.
“Existe instituições que são
permanentes, independem de que esteja ali no momento político e assume o
poder temporariamente. Ele tem que ser vigiado”, disse o magistrado.
Barbosa foi escolhido
para receber o título honoris causa, o primeiro internacional de sua
carreira, juntamente com o ex-presidente de Israel Shimon Peres, o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e o presidente do Museu do Holocausto, Avner Shalev.
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