As famílias que mantiveram mesmo grau de endividamento neste início de 2017 em relação ao mesmo período do ano passado são 31% do total. Em segundo lugar aparecem as famílias que não se consideram endividadas (27%), seguida por menos endividados (22%) e mais endividadas (19%).
É o que mostra a pesquisa Pulso Brasil, encomendada pelo Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Ciesp junto ao Instituto Ipsos Public Affairs, divulgada hoje (22) em São Paulo.
A pesquisa contempla tudo o que as famílias devem pagar no período apresentado, como contas domésticas, cheque especial e cartão de crédito. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos. A pesquisa teve uma mostra de 1200 entrevistados em 72 municípios em todo o Brasil.
O cenário apurado mostra-se diferente quando são avaliadas as classes sociais. Enquanto nas classes AB e C a maior parte das pessoas manter o mesmo endividamento em relação a 2016 (32% e 33%, respectivamente), a maior parte da classe DE (33%) informou não possuir dívidas no início deste ano.
Principais dívidas
A pesquisa ainda revelou que a maioria dos entrevistados (66%) afirma não ter dívidas com bancos. Mas entre os que possuem, a maior parte (12% do total) diz que, apesar de dificuldades, consegue pagar no prazo. Os que deixam de pagar somam 7%, os que têm dificuldade para pagar mas negociam o prazo são 5%, e os que não têm sentido dificuldade para pagamento são 10%.
As contas de serviços, como luz, telefone, aluguel, mensalidade de planos de saúde, são as mais difíceis de serem pagas para 54% dos entrevistados, mas eles afirmam que conseguiram quitá-las no prazo. Já 32% disseram que não sentem dificuldade para pagar e apenas 10% declararam ter deixado de pagar. Os que têm sentido dificuldade e negociado prazo representam 4% dos entrevistados.
Apesar do cenário de crise, 68% das pessoas afirmaram que não consideram ficar inadimplentes, mas 32% deixariam de quitar alguns compromissos. Entre os que cogitam ficar inadimplentes, 49% consideram deixar de pagar primeiro as contas de serviços, como luz, água e telefone. Em seguida, 24% deixariam em aberto as parcelas com compras de eletrodomésticos, eletrônicos, telefonia e informática. Pagamentos a bancos receberam 20% das respostas e IPTU e IPVA, 17%. Já os pagamentos das dívidas com cartão de crédito receberam apenas 2% das respostas, próximo a categorias como saúde (6%) e educação (2%).
Levando em consideração a situação financeira das pessoas, a pesquisa mostra que 48% das famílias não têm nenhuma possibilidade de assumir uma nova dívida em 2017 e 25% têm menos chance. A constatação é a mesma para todas as classes econômicas ouvidas, ou seja, todos os grupos apontaram a expectativa de não contrair novas dívidas em 2017: AB (42%), C (44%) e DE (67%).
Agência Brasil
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