Débora Brito - Repórter da Agência Brasil
O pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores, José Serra, repercutiu hoje (23) no Senado. Alegando problemas de saúde, Serra anunciou ontem (22) o desligamento do ministério e seu retorno ao cargo de senador pelo PSDB.
O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), afirmou que a decisão do ministro “surpreendeu a todos”. Em nota, o líder diz que Serra “vinha realizando um trabalho exemplar à frente do Ministério das Relações Exteriores” e que os tucanos se solidarizam e desejam que ele recupere a saúde para atuar no Senado.
O senador Edison Lobão (PMDB-MA) também comentou a volta de José Serra ao Senado. Para Lobão, Serra “é um político e um administrador de grande porte” e que suas razões para deixar o governo devem ser levadas em consideração. Lobão citou alguns dos cargos de relevância ocupados por Serra, como a prefeitura e o governo de São Paulo, além do Ministério da Saúde, e lembrou que o ministro já apresentou no Senado “projetos de grande densidade”, que ainda estão sendo examinados nas comissões.
Entre as proposições de autoria de José Serra no Senado está uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aplica aos projetos de lei de iniciativa popular o mesmo rito de tramitação das medidas provisórias. E outra PEC que altera o direito eleitoral e torna o voto facultativo.
Sobre a substituição de José Serra no comando do Ministério das Relações Exteriores, Lobão evitou opinar sobre nomes ou sobre indicações partidárias. “Neste caso, como se trata de uma pasta eminentemente técnica, que realiza a política exterior do país, junto com o presidente da República, eu penso que o presidente pode caminhar para a escolha de um diplomata, o que não quer dizer necessariamente que tem que ser um diplomata. O presidente vai examinar, terá tempo para fazer isso”, disse o senador.
Para o senador Lasier Martins (PSD-RS), o retorno de José Serra qualifica o Senado. “O José Serra é um dos senadores mais preparados, mas cultos de maior conhecimento de gestão pública, pelo êxito que teve, por exemplo, quando foi ministro da saúde, então ele vai reforçar, vai qualificar com a sua volta”, afirmou. O senador disse que acredita nos motivos apresentados por Serra para se desligar do ministério, pois há pouco mais de um mês ouviu o ministro reclamar de “dores insuportáveis decorrentes de uma cirurgia na coluna”. Martins opinou que, “por coerência", acredita que Michel Temer manterá a pasta com o PSDB.
Edição: Lidia Neves
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