quinta-feira, 30 de abril de 2015

Duque e Vaccari viram réus em nova ação penal por lavagem de dinheiro


Juiz Sérgio Moro aceitou denúncia do MP, que aponta lavagem de R$ 2,3 mi.
Executivo Augusto Mendonça Neto, do grupo Setal, também virou réu.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato em primeira instância, aceitou nesta quinta-feira (30) uma nova denúnica contra o tesoureiro afastado do PT, João Vaccari Neto e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
Além deles, o executivo do grupo Setal Augusto Mendonça Neto também virou réu nesta ação penal. Duque e Vaccari estão presos, enquanto Mendonça Neto está em liberdade. Ele firmou acordo de delação premiada com a Justiça, que baseou esta nova ação penal.

Na nova denúncia, apresentada na última segunda-feira (27) pelo Ministério Público Federal (MPF), Duque, Vaccari e Mendonça Neto são acusados por 24 atos de lavagem de dinheiro, que totalizam R$ 2,3 milhões.
Segundo os procuradores, essa quantia seria decorrente de parte da propina paga pelo grupo Setal a Duque, para fraudar licitações da Petrobras. Conforme a denúncia, na tentativa de dar a aparência de legalidade à movimentação, as empresas do grupo Setal assinaram, a pedido de Vaccari, dois contratos falsos com a Editora Gráfica Atitude, localizada em São Paulo. Ainda de acordo com o MPF, a gráfica tem por sócios "sindicatos historicamente vinculados ao Partido dos Trabalhadores".
Defesas constestam
Quando a denúncia foi apresentada, na última segunda, a defesa de Vaccari divulgou nota em que declarou que não há provas contra ele. "Nenhuma prova foi apresentada quanto à participação do Sr. Vaccari, que nega, veementemente, ter orientado o delator Augusto Mendonça a fazer qualquer depósito, a qualquer título, na conta dessa Editora Gráfica Atitude".
A defesa de Renato Duque informou que a acusação do Ministério Público "é uma fantasia lastreada unicamente em falsas acusaçoes do delator Augusto Mendonça". O advogado Alexandre Lopes, que representa Duque, disse ainda que a defesa "demonstrará com tranquilidade a improcedência da denúncia".
Até a última atualização desta reportagem, o G1 não tinha conseguido contato com a defesa de Augusto Mendonça Neto.
Primeira denúncia
Em sua decisão, Moro afirma que a denúncia aceita nesta quinta é complementar a que Vaccari, Duque e Mendonça Neto já respondem na Operação Lava Jato, por corrupção e lavagem de dinheiro.
Na primeira denúncia apresentada contra os três e mais 25 pessoas, o MPF afirmou que Vaccari participava de reuniões com Duque para tratar de pagamentos de propina, que era realizadas por meio de doações oficiais ao PT. Dessa maneira, os valores chegavam como doação lícita, mas eram oriundas dos desvios da Petrobras. Conforme os procuradores da Repúblic, foram feitas 24 doações em 18 meses, no valor de R$ 4,260 milhões.

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