BIOGRAFIA
O quarto e último filho do relojoeiro Robertino Braga (1896-1980) e da costureira Laura Moreira Braga (1914-2010) teve três irmãos: Lauro Roberto, Carlos Alberto e Norma, a “Norminha”. O apelido do garoto Roberto Carlos era Zunga; aprendeu a tocar violão e guitarra no Conservatório Musical de Cachoeiro de Itapemirim, e começou a cantar aos 9 anos na rádio Cachoeiro, imitando Ted Nelson, o cowboy que era ídolo naqueles tempos. Depois dos shows, ganhava balas, o que lhe parecia “o máximo”.
Aos 6 anos, uma fatalidade aconteceu na vida de Zunga. Ele foi atropelado por uma locomotiva a vapor e teve sua perna direita amputada abaixo do joelho. Já adulto, Roberto Carlos indignou-se com detalhes de sua vida divulgados numa série de reportagens especiais publicadas no jornal já extinto “Notícias Populares”. As reportagens traziam ilustrações do que teria acontecido na época e a série foi anunciada em rede nacional na TV Globo. O anúncio dizia que ia “ser desvendado o maior segredo do Brasil”, ou seja, “detalhes sobre o acidente”. Roberto Carlos contratou o advogado Saulo Ramos, ex-ministro da Justiça, e a série foi embargada em seu quarto episódio.
Aos 15 anos, Zunga abandonou a muleta e passou a usar uma prótese e o episódio foi enterrado. A família Braga mudou-se para a cidade de Niterói em 1957. Roberto Carlos começou a freqüêentar as reuniões musicais da Rua do Matoso, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. Por lá andavam Tim Maia, Erasmo Carlos, Jorge Benjor, entre outros. Ele ensaiou uns sucessos de rock, como uma versão de “Hound Dog”, de Elvis Presley, feita por Erasmo Carlos, e apresentou-se com “The Sputniks”, banda de Tim Maia e “The Snakes”, com Erasmo, mas deu certo mesmo como crooner da boate do Hotel Plaza Copacabana, cantando sambas-canções, com sua voz afinada. Era o tempo da Bossa Nova e Roberto Carlos poderia até seguir esse caminho, se não fosse a Bossa Nova coisa de gente chique, da zona sul do Rio.
Ele deu mais certo como apresentador do “Clube do Rock”, na TV Tupi. Em 1959, lançou o compacto simples “João e Maria/Fora do Tom”. Em 1961, veio o LP “Louco por Você”, com músicas compostas por Carlos Imperial. Em 1962, compôs os sucessos em parceria com Erasmo Carlos, “Splish, Splash” e “Parei na Contramão”. Seguiram-se o LP “É Proibido Fumar”, em que se destacava a faixa “O Calhambeque”. Era o início do movimento jovem que ficaria conhecido como Jovem Guarda, similar ao movimento de rock que se apresentava no exterior.
O maior sucesso da Jovem Guarda foi o programa de mesmo nome que começou a ser apresentado em 1965, na TV Record, em São Paulo, com Erasmo Carlos, a cantora Wanderléa e Roberto Carlos. O “Rei” apresentou em 1966 outros programas na TV Record, mas todos tiveram vida curta. Os sucessos musicais se sucediam: “Parei na Contramão”, “Quero que Vá Tudo Pro Inferno”, “Querem Acabar Comigo”, “A Namoradinha de um Amigo Meu”, “Eu te Darei o Céu”, todos no LP “Roberto Carlos”.
Logo em seguida viriam os longa-metragens que consolidaram a carreira de Roberto. Os sucesso foram lançados na trilha do filme “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, cuja faixa de abertura é “Eu Sou Terrível”. Existem registros da participação de Roberto Carlos no 1º Festival de Música Popular Brasileira, em 1967, com “Maria, Carnaval e Cinzas” (Luiz Carlos Paraná). Ele conquistou o 5º lugar. Os ídolos do rock nacional eram então hostilizados como alienados pela jovem militância de esquerda, mas este festival já mostra a utilização de guitarras e alguns elementos da Jovem Guarda – como o guarda-roupa menos formal – adotado pelos tropicalistas.
No final dos anos 60, foi lançado “Roberto Carlos” (1969), transição na carreira de Roberto. Mais adulto, ele mergulha fundo nas influências da black music. “Não Vou Ficar”(Tim Maia), “As Curvas da Estrada de Santos” e “Sua Estupidez”.
Os anos 70 foram o início do Roberto derramadamente romântico. Em 1970, o cantor fez uma temporada no Canecão e, ao final daquele ano, lançou o disco que se tornaria uma ação habitual a cada Natal. O disco trazia “Ana”, “Vista a Roupa Meu Bem” e “Jesus Cristo”.
Os anos 70 foram o início do Roberto derramadamente romântico. Em 1970, o cantor fez uma temporada no Canecão e, ao final daquele ano, lançou o disco que se tornaria uma ação habitual a cada Natal. O disco trazia “Ana”, “Vista a Roupa Meu Bem” e “Jesus Cristo”.
No ano seguinte foi lançado “Roberto Carlos a 300 km por Hora”, o último filme e grande sucesso nacional, em 1971, veio o disco de final de ano com os sucessos “Detalhes”, “Amada Amante”, “Todos Estão Surdos”, “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos” (homenagem a Caetano Veloso, que Roberto visitou em seu exílio em Londres, durante o regime militar), além de “Como Dois e Dois” (de Caetano).
A partir de 1974, Roberto Carlos tornou-se artista exclusivo da TV Globo e ganhou definitivamente a coroa de rei. Desde então quase todos os finais de ano são embalados por um especial de Natal de Roberto Carlos. Nos primeiros anos, era comum estar de azul e amarelo. Em 1994, chegou a usar um terno rosa sobre camiseta azul. Nos últimos anos começou a se apresentar apenas de branco, a exigir que no camarim ninguém usasse roupas de cor marrom e a não cantar a música “Negro Gato”, detalhes que todos consideravam manias de ídolo até que foi diagnosticado e tratado de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Em 2003 esteve no palco de azul, sentado ao piano e em 2005, usava azul escuro. Cantou “Negro Gato” e até brincou: “essa eu já consigo cantar de novo”.
Na década de 2000, mesmo sendo artista exclusivo da TV Globo, abençoou um disco com versões acústicas de seus sucessos lançado pela MTV, com regravações de Samuel Rosa (“É Proibido Fumar”), Toni Belotto, dos Titãs (“É Preciso Saber Viver”), Johnny Quest (“Além do Horizonte”) e o gaitista Milton Guedes (“Parei na Contramão”).
Na década de 2000, mesmo sendo artista exclusivo da TV Globo, abençoou um disco com versões acústicas de seus sucessos lançado pela MTV, com regravações de Samuel Rosa (“É Proibido Fumar”), Toni Belotto, dos Titãs (“É Preciso Saber Viver”), Johnny Quest (“Além do Horizonte”) e o gaitista Milton Guedes (“Parei na Contramão”).
Em 2007 conseguiu, na Justiça, retirar das livrarias uma biografia não-autorizada escrita pelo jornalista Paulo César Araújo, “Roberto Carlos em Detalhes”, que contava muitos detalhes de sua vida pessoal.
Em 2008, fez uma série de shows com Caetano Veloso só com versões de músicas de Tom Jobim em comemoração aos 50 anos da Bossa Nova.
Ele gostou da experiência, repetida em abril de 2009 com o show “Elas Cantam Roberto – DIVAS”, no Theatro Municipal de São Paulo, em homenagem aos 50 anos de carreira do ídolo. Cantaram com ele Adriana Calcanhoto, Alcione, Ana Carolina, Zizi Possi, Marília Pêra, Hebe Camargo, Fernanda Abreu, Daniela Mercury, entre outros. Ele também realizou uma turnê em homenagem aos 50 anos de carreira com grand finale no Maracanazinho, no Rio.
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