Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil
"Existe uma chance de que acabemos tendo um grande, grande conflito com a Coreia do Norte". A declaração do presidente Donald Trump é o destaque de uma entrevista exclusiva veiculada hoje (28) pela Agência Reuters. Ao falar sobre o acirramento das tensões na região, Trump disse que prefere a saída diplomática.
"Adoraríamos solucionar as coisas diplomaticamente, mas é muito difícil", frisou. A entrevista foi destaque nesta sexta-feira na imprensa americana, um dia antes de Trump completar 100 dias de governo.
Com a Coreia do Norte, ele enfrenta o maior desafio, até o momento.
O país intensificou exercícios militares na área e estuda sanções econômicas contra a Coreia do Norte, além de aproximação para uma saída diplomática. Hoje haverá uma reunião extraordinária no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema.
Nas semanas anteriores, Donald Trump mandou mensagens mais duras, inclusive com a visita do vice-presidente Mike Pence ao Japão e à Coreia do Sul. Anteriormente, o presidente vinha dando declarações ameaçadoras direcionadas ao líder norte-coreano Kim Jong-Un. O vice-presidente disse que a negociação estava descartada, pelo menos por enquanto.
Na entrevista à Reuters, Trump, inverteu o discurso, ao dizer que o conflito não está descartado, mas que espera uma saída diplomática.
Uma possível abertura ao diálogo já havia sido indicada pelo governo chinês. Ontem o Ministério das Relações Exteriores da China parabenizou os Estados Unidos pela mudança de postura. Para o governo chinês, Trump está, neste momento, mais aberto ao diálogo.
Os Estados Unidos haviam pedido ajuda à China para pressionar o líder Kim Jong-Un a abandonar os testes nucleares.
Durante a visita do presidente chinês Xi-Jinping aos Estados Unidos, no começo deste mês, Donald Trump insistiu no tema.
A China pediu cautela e, naquele momento, disse que a falta de diálogo só acirraria o quadro. Antes da visita de Xi-Jinping, Trump havia feito críticas também ao governo chinês, dizendo que esperava mais dedicação.
Na entrevista à Reuters, ele disse ter visto empenho da parte do presidente chinês. "Acredito que ele está se esforçando muito. Sei que ele gostaria de ser capaz de fazer algo."
A China mandou um duro recado ontem à Coreia do Norte e disse que poderia definir algum tipo de sanção ao país, caso fosse feito um novo teste com mísseis nucleares.
Trump reconhece que a China está em comunicação constante com a Coreia do Norte e que o governo chinês já havia solicitado a interrupção dos testes nucleares.
Na entrevista, Trump evitou opinar sobre o perfil do líder norte-coreano. "Não sei dizer se ele é racional, mas espero que seja", disse o presidente americano, ao ser perguntado sobre a personalidade de Kim Jong-Un. "Ele tem 27 anos, seu pai morreu, e ele assumiu um regime", disse. "Então, diga o que você quer, mas isso não é fácil, especialmente nessa idade," acrescentou.
Kim Jon-Un tem respondido com envio de mensagens agressivas a Washington, como vídeos que simulam o lançamento de bombas em território norte-americano e a destruição do país.
A preocupação dos Estados Unidos e aliados com a Coreia do Norte é proporcional à capacidade nuclear do país.
O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, e agentes infiltrados na região acreditam que os norte-coreanos estão avançando na produção de mísseis nucleares.
Edição: Valéria Aguiar
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