Em pronunciamento na tribuna do Senado nesta terça-feira (26), o presidente do Democratas, José Agripino (DEM-RN) falou sobre a quebra do seu sigilo bancário e fiscal divulgada pela imprensa nacional no último final de semana.
O parlamentar potiguar começou o discurso falando sobre o sonho do Rio Grande do Norte em sediar a Copa do Mundo de 2016 e a frustração caso o estádio Arena das Dunas não ficasse pronto até o campeonato mundial de futebol. “Meu estado precisava ser sede da Copa do Mundo e eu fiz a intermediação republicana para não frustrar o povo potiguar. Não tenho como interferir no BNDES nem no Tribunal de Contas da União que deram o aval final para a liberação dos recursos que evitaram a paralisação da obra. Como posso ser acusado de favorecimento nesse caso?”, questionou Agripino.
O líder da oposição abordou todos os tópicos do processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) relativo à esta acusação de favorecimento ilícito. “Que essa quebra de sigilo bancário e fiscal sirva para dar celeridade ao processo. Não vão encontrar nada que não seja de origem legal nas minhas contas. Podem vasculhar tudo, o que não quero é ficar pendurado em suspeitas”, desabafou Agripino explicando que a quantia em dinheiro referida no processo vem de uma empresa da família da qual ele é sócio acionista. “O dinheiro veio de uma empresa da minha família. O dinheiro é meu e eu não infringi em momento algum as regras bancárias vigentes no país”, argumentou.
Durante o pronunciamento, que durou cerca de duas horas, o senador foi aparteado por vinte colegas que estavam em plenário, entre eles o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), que coincidentemente presidia a sessão no momento da fala de Agripino. “A despeito de conhecê-lo tão bem, sei que V.Ex.ª está sofrendo uma grande injustiça, mas o Rio Grande do Norte fique certo de que você é um dos grandes homens públicos deste país”, disse o senador peemedebista.
A bancada do Democratas no Congresso Nacional estava no plenário do Senado durante a fala do seu presidente. Coube ao líder do partido no Senado, Ronaldo Caiado falar em nome do grupo. “Quando o Democratas corria o risco de ser extinto foi V.Ex.ª que tomou a frente, nos uniu e manteve o partido em pé. Agora, estamos aqui para prestar solidariedade ao homem público que sempre atuou com retidão e que nos traz um discurso argumentativo, com provas e documentos ”, disse Caiado.
Vários partidos fizeram questão de registrar solidariedade ao líder democrata: PSDB, PSD, PR, PP, REDE, PDT, PSB, PMDB, PTB e DEM.
“É muito constrangedor ficar prestando solidariedade para quem não cometeu crime. Desejo que a investigação seja célere, isenta e que floresça a força da verdade que é o que vai acontecer no seu caso”, disse o senador tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).
O senador democrata encerrou o discurso dizendo que acredita nas instituições do país e pediu,mais uma vez, agilidade da justiça no processo. “A única coisa que eu quero é celeridade. Confio na ação das instituições desse país; na justiça e no Ministério Público. Quem faz oposição, como a que eu faço, está sujeito a esse tipo de constrangimento. É duro, mas faz parte. Não ocupei a tribuna para alegar perseguição. Não vim agredir ninguém, vim fundamentalmente prestar contas narrando os fatos como eles ocorreram para que o Senado e o país compreendam”, concluiu.
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