Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil
A inflação, medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), fechou março com forte desaceleração. Houve deflação (inflação negativa) de 0,38%, resultado que chega a ser 0,44 ponto percentual inferior ao de fevereiro: alta de 0,06%. Em março de 2016, a variação atingiu 0,43%.
Os dados relativos ao IGP-DI foram divulgados hoje (6), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Eles indicam que a alta acumulada pelo indicador nos três primeiros meses do ano foi de 0,12%. Em 12 meses, o IGP-DI acumula alta de 4,41%. A taxa de março foi calculada com base nos preços coletados entre 1º e 31 do mês de referência.
O comportamento dos preços ao produtor foi decisivo para a taxa negativa, uma vez que os preços ao consumidor e da construção fecharam com resultado positivo. No primeiro caso, houve aceleração de preços frente ao mês imediatamente anterior e no segundo, desaceleração, embora a taxa ainda tenha fechado com variação positiva.
Preços ao Produtor
Principal responsável pelo deflação do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) acusou inflação negativa de 0,9 ponto percentual, ao passar de uma deflação de 0,12% em fevereiro para 0,78% em março. O IPA responde por 60% dos preços do IGP-DI.
A redução de quase 1 ponto percentual entre fevereiro e março foi puxada pelos grupos Bens Intermediários e Matérias-Primas Brutas, embora todos os três grupos componentes do IPA tenham fechado com variação negativa.
No caso dos Bens Intermediários a deflação chegou a 0,89%, revertendo uma alta de 0,21% em fevereiro. O principal responsável por este recuo foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa de variação passou de 0,81% para -0,7%.
Já no grupo das Matérias-Primas Brutas, a taxa de variação passou de -0,51% em fevereiro para -1,51% em março, neste caso uma redução de preços de 1 ponto percentual. Os destaques no sentido descendente foram: milho (em grão) (-4,82% para -9,63%), laranja (9,66% para -1,97%) e mandioca (aipim) (-0,03% para -5,06%).
Em sentido ascendente, minério de ferro (1,56% para 3,41%), bovinos (-2,67% para -0,71%) e aves (-2,73% para -0,50%). Embora tenha fechado com variação positiva, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve desaceleração ao passar de 0,47% em março para 0,31% no mês anterior.
Edição: Kleber Sampaio
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