O documento é uma orientação da Igreja Católica aos fiéis para as eleições municipais deste ano.
O custo das campanhas eleitorais e a compra de votos foram temas ressaltados em mensagem divulgada ontem (13) pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O documento é uma orientação da Igreja Católica aos fiéis para as eleições municipais deste ano. O texto foi aprovado durante a 54ª Assembleia Geral da entidade, que está sendo realizada em Aparecida, no interior de São Paulo.
“É preciso estar atento aos custos das campanhas. O gasto exorbitante, além de afrontar os mais pobres, contradiz o compromisso com a sobriedade e a simplicidade que deveria ser assumido por candidatos e partidos. Cabe aos eleitores observar as fontes de arrecadação dos candidatos, bem como sua prestação de contas”, diz trecho do texto.
A mensagem orienta os eleitores a fiscalizar os candidatos e denunciar eventuais irregularidades. “A compra e venda de votos e o uso da máquina administrativa nas campanhas constituem crime eleitoral que atenta contra a honra do eleitor e contra a cidadania. Exortamos os eleitores a fiscalizar os candidatos e, constatando esse ato de corrupção, a denunciar os envolvidos ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral, conforme prevê a Lei 9840, uma conquista da mobilização popular há quase duas décadas."
A CNBB ressalta também a preocupação com a violência. “Na política, é fundamental respeitar as diferenças e não fazer delas motivo para inimizades ou animosidades que desemboquem em violência de qualquer ordem.”
O bispo Roberto Ferrería Paz, de Campos (RJ), destaca que, para a CNBB, “não há afastar-se, nem aproximar-se” de partidos políticos. “Estamos em uma democracia, e o cristão tem o direito de militar onde ele encontre seu lugar. Não cabe a nós analisar os partidos, apenas dar orientações a partir da doutrina social para que se escolham os melhores candidatos”, disse, em entrevista coletiva.
Segundo o bispo, a CNBB deve divulgar um documento com a posição da Igreja Católica sobre a crise política. O tema tem sido debatido na assembleia em Aparecida. A confederação ainda não se posicionou formalmente quanto ao pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que será votado domingo (17 )na Câmara dos Deputados.
Agência Brasil
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