A Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) inicia nesta terça-feira(18) a coleta de
sugestões para a proposta do Regulamento Geral de Acessibilidade em
Telecomunicações (RGA). A agência pretende eliminar falhas entre as
obrigações atuais de acessibilidade previstas pela Anatel e os direitos
das pessoas com deficiência estabelecidos tanto pela legislação
brasileira quanto por convenções e recomendações internacionais.
Por meio dessa proposta, a agência definirá medidas para a
modernização dos orelhões adaptados para pessoas com deficiência
auditiva – por meio de recursos como videochamadas, envio e recebimento
de mensagens, acesso à internet diretamente pelo terminal ou por meio de
conexão sem fio – e o estabelecimento de regras que “proporcionem às
pessoas com deficiência o acesso a serviços de telecomunicações e a
utilização de equipamentos em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas”.
Dessa forma, cria mecanismos que resgatam e reforçam os direitos das
pessoas com deficiência, entre eles, o direito à acessibilidade, à
isonomia e ao atendimento especializado e individualizado.
Entre as medidas de promoção da acessibilidade no setor, estão a
padronização de obrigações relativas à disponibilidade de informações em
formato acessível; a oferta de planos de serviço específicos para
pessoas com deficiência auditiva; a existência de mecanismos de
interação com o consumidor que atendam às expectativas das pessoas com
deficiência; a existência de atendimento especializado e a
disponibilidade de site acessível.
De acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística de 2010, 23,9% da população (45,6 milhões de pessoas) têm
algum tipo de deficiência – visual, auditiva, motora, mental ou
intelectual.
O regulamento geral pretende também criar condições para a expansão
das centrais de Intermediação de Comunicação, com a possibilidade de
compartilhamento de custos por parte das prestadoras, que poderiam
adotar uma central integrada ou terceirizada, a utilização de
tecnologias para permitir a intermediação por vídeo e mensagens e o
fomento do uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A Anatel informa que a proposta apresentada é resultado de debates
feitos em 2014 com representantes das prestadoras, da indústria, dos
consumidores, de pessoas com deficiências auditivas, da Secretaria
Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência e do
Ministério das Comunicações, além de contribuições obtidas durante
consultas públicas.
A abertura dessa nova etapa de consultas foi publicada no Diário
Oficial da União de hoje (18). As contribuições e sugestões devem ser
encaminhadas, preferencialmente, por meio do formulário eletrônico do
Sistema Interativo de Acompanhamento de Consulta Pública, disponível no
site da Anatel, ou por meio da página http://www.anatel.gov.br/dialogo/, até as 24h do dia 2 de outubro de 2015.
Agência Brasil
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