sexta-feira, 21 de agosto de 2015

RN é estado do Nordeste com maior índice de pessoas acima do peso

O Rio Grande do Norte é o estado da Região Nordeste com o maior índice de pessoas obesas e com sobrepeso, de acordo com a Síntese de Pesquisa Nacional de Saúde relativo ao ano de 2013 em relação às pessoas com idade superior a 18 anos. Os dados foram apresentados nesta sexta-feira (21) pelo IBGE e mostram que 58,3% dos potiguares têm excesso de peso, enquanto 21,1% eram obesos no ano de referência da pesquisa. O Estado ocupa a oitava colocação, e a 12ª posição no ranking nacional, quanto aos índices de excesso de peso e obesidade, respectivamente.
A pesquisa é um retrato de várias situações ligadas à saúde do brasileiro, e mostra, entre outras coisas que o problema da obesidade vem crescendo desde o ano de 2002, quando o IBGE começou a medir através de amostragem. A obesidade na população masculina, no Brasil, passou de 9,3% em 2002-2003 para 17,5% em 2013; enquanto, entre as mulheres, esse índice saltou de 14% para 25,2%. A tendência de crescimento desses índices, especialmente entre as mulheres, também ocorre no Rio Grande do Norte. São 25,1% da população feminina consideradas obesas, contra 16,6% dos homens.
A constatação pode ser feita de outra forma, segundo a pesquisa do IBGE, à medida que apresenta progressivo aumento da circunferência da cintura na população norte-riograndense: primeiro colocado na Região Nordeste, com 41% da população,  contra 37,7% registrado no Brasil.
O índice de mulheres norte-riograndenses com a circunferência aumentada é mais que o dobro do registrado para os homens [23,6% contra 56,6)]. Para os homens, essa circunferência deve ser igual ou menor que 102 centímetros, e nas mulheres igual o inferior a 88 cm.
Os dados recorrentes apresentados pela pesquisa do IBGE revelam, segundo os especialistas, um cenário preocupante de saúde pública: os riscos à saúde e os gastos em relação aos tratamentos dessa população de obesos.
Mais de 30% das crianças consomem refrigerante antes dos 2 anos
O consumo de produtos com alto teor de açúcar e gordura começa cedo no Brasil. Estudo inédito do Ministério da Saúde revelou que 60,8% das crianças com menos de dois anos de idade comem biscoitos, bolachas e bolos e que 32,3% tomam refrigerantes ou suco artificial. Este é o terceiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que traz medidas inéditas da população do país, como peso, pressão arterial e circunferência da cintura. Além das mudanças nos hábitos alimentares na infância, os dados alertam para os crescentes índices de excesso de peso e obesidade em adultos.
“O excesso de peso é um problema grave, porque é um fator de risco para doenças do coração e outros problemas crônicos. É fundamental trabalharmos o incentivo a prática de exercícios e alimentação saudável desde cedo com as nossas crianças para reverter esse quadro. As crianças, muitas vezes, ajudam na conscientização e mudança de hábito dos pais”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Apesar da presença de produtos industrializados na alimentação das crianças, o estudo demonstrou que as mães brasileiras continuam amamentando seus filhos mesmo após os seis meses de idade, período preconizado para o aleitamento exclusivo. Mais da metade (50,6%) das crianças entre nove e 12 meses estão em aleitamento materno de modo complementar. Meninos e meninas com menos de dois anos representavam, no período estudado, 5,7 milhões de pessoas.
Os dados apontaram também que a maior parte das primeiras consultas dos bebês (até sete dias depois da saída da maternidade) foi na rede pública de saúde – 62,5% nas unidades básicas de saúde e hospitais públicos e 26,4% em consultório particular. Também mostrou índice de 70,8% de crianças com menos de dois anos que fizeram o teste do pezinho e 75,9% com um ano que já haviam tomado três doses da vacina tetravalente (difteria, tétano, coqueluche e meningite), ofertada aos dois, quatro e seis meses de idade.
A Pesquisa Nacional de Saúde foi feita em 64 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o país entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014. É o mais completo inquérito de saúde do Brasil, com dados sobre informações do domicílio, equipe de saúde da família, pessoas com deficiências, saúde dos indivíduos com 60 anos e mais, crianças com menos de 2 anos, acidentes e violência, estilos de vida, doenças crônicas, saúde da mulher, atendimento pré-natal, saúde bucal e atendimento médico. Essas informações servem de base para que o Ministério da Saúde possa traçar suas políticas públicas para os próximos anos.

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