O crime ocorreu na última quarta-feira, quando o candidato foi atingido por tiros quando participava de uma carreata.
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse hoje (30) que não há indícios de crime eleitoral no assassinato do candidato a prefeito do município goiano de Itumbiara José Gomes da Rocha (PTB). O crime ocorreu na última quarta-feira (28), quando o candidato foi atingido por tiros quando participava de uma carreata de campanha acompanhado do vice-governador do estado, José Eliton, que também foi baleado no atentado, mas não corre risco de morte.
“No momento, tudo leva a crer que não foi um crime eleitoral, foi um crime passional: uma vingança, uma raiva. Mas estamos acompanhando. Lá em Itumbiara, por determinação minha, ficaram três delegados e mais quatro equipes, com mais 16 policiais. Vão ficar até domingo”, disse o ministro após participar de um almoço promovido pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp). “Estive ontem pessoalmente para prestar solidariedade ao vice-governador José Eliton, que é meu amigo pessoal”, acrescentou.
Moraes também falou sobre o envio de agentes da Força Nacional para garantir a segurança da eleição no Rio de Janeiro. Segundo ele, o reforço atende a pedidos do Tribunal Regional Eleitoral e do governo estadual. “Nós reforçamos tanto as equipes da Polícia Federal como as equipes da Polícia Rodoviária Federal e deixamos lá uma parcela da Força Nacional em alguns pontos em que o próprio Tribunal Regional Eleitoral solicitou. Pontos que não seriam cobertos naquele momento pelo Exército. O restante será pela Forças Armadas. A expectativa é que tudo transcorra com tranquilidade”, destacou.
Lava Jato
Sobre uma declaração polêmica a respeito da Operação Lava Jato feita por ele no último domingo (25), o ministro negou que tenha ficado algum mal estar no governo depois de ter sido acusado de antecipar ações da Polícia Federal na investigação.
Na terça-feira (27), a Comissão de Ética da Presidência da República abriu um processo para investigar a conduta de Moraes. O presidente do colegiado, Mauro Menezes, disse que o episódio precisa ser analisado por causa do “manejo inadequado de informações privilegiadas” e também do ambiente eleitoral em que o pronunciamento foi feito.
Moraes, no entanto, disse hoje que está “tudo superado, até porque não houve nenhuma antecipação”. No dia seguinte ao ocorrido, o ministro disse a jornalistas que havia feito uma “afirmação genérica” e que só foi informado sobre o andamento da operação na manhã de segunda-feira (26), quando os mandados de prisão já estavam sendo cumpridos.
Antes da palestra no Iasp, o ministro brincou ao responder um comentário do presidente do instituto, José Horácio Ribeiro, que, ao apresentar Moraes a plateia, disse que ele não pecava por omissão. “Pela omissão não peco. Mas poderia pecar um pouquinho menos pela ação”, disse o ministro ao iniciar sua fala, arrancando risos da plateia.
Terras Indígenas
Durante sua exposição, Moraes disse que o governo prepara uma proposta de “compensação” para comunidades indígenas que estão em longos litígios para receberem suas terras. De acordo com o ministro, em muitos casos, os problemas ocorrem porque os proprietários das terras têm títulos concedidos pelo governo antes da Constituição de 1988, que determinou o reconhecimento dos territórios dos povos originários.
“Me comprometi com o presidente Michel Temer de, até o final do ano, apresentar uma proposta, mesmo que seja uma proposta mínima, mas de consenso do Congresso, do ministério, das comunidades indígenas e algo que o Supremo Tribunal Federal digira bem”, antecipou.
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