terça-feira, 13 de setembro de 2016

"No Brasil, são cerca de 32 mortes por dia relacionadas a suicídios", diz Leonardo Barbosa

Presidente da Associação Norte-Riograndense de Psiquiatria fala sobre a campanha "Setembro Amarelo".


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Psiquiatra, Leonardo Barbosa, aponta que depressão é responsável por cerca de 40% dos casos de suicídio.
O Brasil é o oitavo país do mundo com maior número de suicídios. Somente no ano de 2012, foram registrados 11.821 casos. Aqui em Natal, os números não são menos alarmantes. No ano de 2015, a região Metropolitana de registrou 294 casos. Este ano foi registrado 196 até o dia 31 de julho, segundo a Polícia Militar.
O presidente da Associação Norte-Riograndense de Psiquiatria, Leonardo Barbosa,  falou sobre a campanha “Setembro Amarelo”, que alerta para o problema. Para ele, a questão é de saúde pública, já que a depressão é responsável por quase 40% dos casos registrados.
“Quem comete suicídio ou é muito forte ou muito fraco. É um ato de desespero de quem tentou aliviar um sofrimento”, explica.
Barbosa falou ainda que a prevenção ao suicídio passa pelo tratamento de doenças como depressão, esquizofrenia e abusos de substancias como remédios e drogas. Ele lembrou que o ditado popular “Cão que ladra não morde” não funciona quando o assunto é suicídio.
“Cão que ladra não morde não vale no suicídio, porque a pessoa que ameaça vai lá e faz! Quem já tentou uma vez tem até 6 vezes mais chance de tentar cometer suicídio novamente”, revela.
O psiquiatra conta que os números mundiais são alarmantes e chega a 800 mil suicídios por ano. Segundo ele uma pessoa tira a vida a cada 40 segundos, e a cada três uma pessoa tenta. “No Brasil, são cerca de 32 mortes por dia relacionadas a suicídios”, aponta. 
Ainda segundo dados internacionais, o Brasil é o 4º país com maior taxa de aumento de casos da América Latina. Esta silenciosa epidemia fez com que a comunidade médica brasileira voltasse sua atenção para este que já um problema de saúde pública.
Para os psiquiatras, o comportamento suicida é sintoma de uma doença mental em 98% dos casos, e essas mortes poderiam ser evitadas caso os sinais fossem detectados há tempo pela família.
Importante também saber que  o comportamento suicida tem razões multifatoriais, com raízes psicológicas, biológicas, culturais e socioambientais, não podendo ser ligado a um fato específico e pontual da vida da pessoa, ou como um ato de fraqueza.

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