Segundo Fabíola Reipert, Em análise desse 2009 na Globo, Velho Chico (que está em sua reta final) era uma história que preocupava a alta cúpula da emissora. A trama falaria da transposição do rio São Francisco e outros assuntos políticos. Acharam que teria rejeição do público e resolveram engavetar o projeto.
Quase seis anos depois, a novela foi autorizada a ser levada ao ar. A primeira ideia era a faixa das 18 horas, mas após muita insistência do diretor e do autor da trama, Benedito Ruy Barbosa, conseguiram colocá-la no horário nobre da emissora, às 21h.
Caso tivesse sido mantida às 18h, que tem orçamentos mais reduzidos, o número de viagens teria sido bem menor. Os deslocamentos até as margens do São Francisco, onde várias sequências foram gravadas, certamente não teriam acontecido, pois têm custo muito elevado.
A novela sofreu vááááários contratempos (foi problema do começo ao fim):
– Eriberto Leão que desde 2009 já era cogitado para ser o protagonista, decidiu abandonar o barco e abrir mão do papel de Santo, que foi oferecido a Domingos Montagner;
– Montagner estava escalado para A Lei do Amor, não era para estar em Velho Chico. Mas acabou aceitando interpretar Santo e desistiu da outra;
– Letícia Sabatella, que seria a protagonista feminina, surpreendeu a todos quando pediu para sair da novela, alegando ter projetos pessoais. Mas na verdade caiu fora para não ter de aguentar o gênio forte de Luiz Fernando Carvalho, diretor de Velho Chico;
– Camila Pitanga, depois de muita articulação por parte da emissora, aceitou substituí-la, mas no começo não ficou totalmente à vontade com o papel, inclusive foi bastante criticada. Depois acabou se acostumando;
– Antes da estreia, o autor Benedito Ruy Barbosa causou grande polêmica ao fazer comentário homofóbico (que teve de ser abafado e negado pelos departamentos de comunicação e gestão de crise da Globo). Ele disse que detesta “história de bicha” e foi duramente criticado pelo público, causando rejeição à novela;
– Logo na terceira semana que estava no ar, Velho Chico já dava sinais de que seria um fiasco. Com índices de audiência menores do que as novelas das faixas das 18h e 19h, chegando em alguns dias até a empatar com Malhação, a trama de Benedito já preocupava a Globo;
– Teve briga da filha de Benedito, Edmara Barbosa, co-autora da novela, com o diretor genioso Luiz Fernando Carvalho. Ela bateu de frente com ele foi afastada sem maiores explicações.
– O tal diretor nervoso brigou também com Silvio de Abreu, responsável pelo núcleo de teledramaturgia da Globo, pois não aceitou fazer as mudanças necessárias para que Velho Chico emplacasse;
– A primeira perda que abalou muito o elenco foi do ator Umberto Magnani, que morreu em abril depois de sofrer um AVC (acidente vascular cerebral).
Velho Chico é aquele tipo de novela que deveria ter ficado esquecida no fundo de uma gaveta.
Portal Amazonas
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