quarta-feira, 14 de setembro de 2016

“Não temos previsão de orçamento”, diz secretário de Saúde

Diante da crise, George Antunes afirmou que tem priorizado as ações de curto prazo.


Ricardo Júnior/Nominuto
Secretário de Saúde George Antunes disse que é difícil negociar dívida do Estado com credores sem a previão de um orçamento.
O secretário de Saúde, George Antunes, disse na manhã desta quarta-feira (14) que a pasta está atuando sem orçamento definido. De acordo com ele, a prioridade é consolidar o processo de regionalização da assistência, e que diante da difícil situação de emergência.
“Hoje temos priorizado aquelas ações alarmantes, aquelas de curtíssimo prazo”, explicou.
Segundo ele, existe uma enorme dificuldade de conseguir a parte dos recursos oriundos do Governo do Estado. A quantia é administrada pela própria Secretaria da Saúde. Além do orçamento estadual, existem os recursos provenientes do Ministério da Saúde.
“Nós estamos gerenciando uma forma para equacionar uma parte dos problemas das nossas unidades hospitalares”, revela.
Informações iniciais apontam que é preciso aproximadamente entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões, todos os meses de recursos oriundos do Estado.
“Não é certo dizer que o governo vai repassar apenas R$ 6 milhões. Até porque eu não tenho nem essa resposta do secretário de Planejamento. Não tenho nem a previsão de que R$ 6 milhões serão repassados, ou seja, não tenho previsão alguma”, revela.
Dívida da Saúde
Com uma dívida de mais de R$ 40 milhões na Saúde, o secretário disse que esta não precisa ser paga de toda de uma vez. Antunes explica que irá resolver com os credores um parcelamento da dívida, mas sem previsão de repasse encontra barreiras para negociar o débito.
“O que mais dificulta são esses entraves, onde não tenho como firmar nenhum acordo com os credores, já que eu não tenho nenhuma programação de recebimento”, conta.
Atendimentos suspensos na rede pública
O secretário aponta que a situação é complicada, mas real. O titular da pasta falou que não faz maquiagem das situações difíceis, e confirma as suspensões de alguns serviços.
"Essa é a verdade do momento. Dura, mas é a realidade.  A nossa equipe, enquanto secretários, ainda não encontramos essa solução', esclareceu.
Para ele a saúde possui três grandes problemas. A qualidade da gestão, que ele reconheceu que precisa melhorar.  E as outras duas outras que são ligadas ao subfinanciamento da saúde. 
"Os recursos do Ministério da Saúde não bancam nem parte significativa das ações que são necessárias", explica. 
Ele lembrou ainda da obrigação constitucional do governo em investir, mas reconhece o difícil momento. "Não só o governo, mas os municípios que também tenho mais conhecimento, estão literalmente quebrados", lembrou.
Sobre os recursos do Ministério da Saúde, o titular confirma que administra a verba de uma forma razoavelmente boa.  "Além deles serem finitos, são verbas que vêm engessadas. Dinheiro que além de não suprir todas as necessidades, não pode pagar todas as dívidas da saúde. Tem coisas que são 100% responsabilidade do estado", finalizou.

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