Investigação abrange vários contratos e, portanto, o valor total dos empréstimos realizados pelo suspeito é ainda maior.
Fraudes em transações financeiras no mercado clandestino de cigarros são o alvo da terceira fase da Operação Huno, deflagrada hoje (22) pela Polícia Federal (PF). Dessa vez, cerca de 30 agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, sendo um em Porto Alegre, um em Passo Fundo, no norte do estado, e dois em Santa Cruz, na região central.
"Um dos contratos teria o valor de R$ 17 milhões. É um valor expressivo, mesmo em um mercado forte como o do tabaco, mais ainda em se tratando de alguém que tinha muitas dívidas. Não é normal que essa pessoa receba empréstimo de bancos", esclareceu o delegado da PF Gustavo Schneider.
Nessa terceira fase, a PF desconfiou de transações financeiras realizadas por uma das pessoas presas na segunda fase da operação, em março deste ano. O suspeito é empresário do ramo fumageiro e teria efetuado diversos empréstimos fraudulentos em instituições financeiras.
Segredo
De acordo com o delegado, a investigação abrange vários contratos e, portanto, o valor total dos empréstimos realizados pelo suspeito é ainda maior.
Os mandados de busca e apreensão foram realizados nas instituições financeiras que liberaram os empréstimos ao empresário. Foram apreendidos computadores, pendrives, mídias óticas, extratos bancários, agendas, minutas de contrato e outros documentos. "Vamos analisar todo esse material e, depois, ele será encaminhado a Porto Alegre", acrescenteou Schneider.
Os nomes das pessoas e instituições envolvidas não foram divulgados pela Polícia Federal, porque o inquérito corre em segredo de justiça.
A operação
A Operação Huno foi deflagrada em novembro do ano passado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pará. Os ilícitos apurados pela investigação incluem associação criminal, receptação, falsificação de documentos, sonegação fiscal, exportação irregular de fumo, contrabando de cigarros, adulteração de produtos e pirataria.
Conforme a PF, os investigados utilizavam empresas de fachada para realizar contrabando de tabaco. O esquema envolvia fábricas no Paraguai e fábricas clandestinas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Nas fases anteriores da Operação Huno, a Polícia Federal prendeu um total de 21 pessoas e cumpriu 59 mandados de busca e apreensão. Além disso, foi determinado judicialmente o sequestro e arresto de 59 imóveis, 47 veículos e contas bancárias — patrimônio que totaliza aproximadamente R$ 79 milhões.
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