sábado, 9 de julho de 2016

UFC 200: Aldo tenta se recuperar de sua maior derrota, mas assombrado por McGregor

Um lutador nunca sai de uma derrota o mesmo. No caso de José Aldo, o primeiro revés do ex-campeão dos penas no UFC teve contornos dramáticos, traumáticos. Ser nocauteado em 13 segundos por Conor McGregor não estava nos melhores sonhos do vencedor ou nos piores pesadelos do perdedor. O problema disso não foi só ficar sem o cinturão. Para a volta de Aldo ao octógono, neste sábado, uma gigante sombra o acompanha, com as formas do arquirrival. E só cabe ao brasileiro afastá-la.
Há lutadores que só melhoram com uma derrota. Aprendem, encontram nova motivação, voltam mordidos e dão a volta por cima renovados. Georges St-Pierre e Cain Velásquez provam isso. Há, por outro lado, os que se abatem, não acham seu caminho. Renan Barão, parceiro de Aldo, refletiu esse comportamento após cair para TJ Dillashaw.
O problema com Aldo é que ele nunca viveu essa situação no UFC. Sua única derrota antes de McGregor foi ainda no começo da carreira. Então, não sabemos qual é o José Aldo que chega a Las Vegas para enfrentar Frankie Edgar no UFC 200, pelo cinturão interino dos penas.
Eles já lutaram em 2013, na primeira luta de Edgard como peso pena. O ex-campeão dos leves não lutou mal, mas foi derrotado por pontos. Desde então, o cenário para ambos é muito diferente. Aldo vem em baixa. Edgar enfileirou cinco rivais, incluindo Chad Mendes e Urijah Faber.
Esses resultados mostram que o manauara tem muito a se preocupar e apenas focar no norte-americano. Mas não é o que vemos. Aquela sombra de McGregor e a obstinação em recuperar o cinturão (algo digno, é claro) transparecem a cada entrevista. Aldo não consegue não falar de McGregor. A ponto de deixar no ar se o irlandês ainda está em sua cabeça e até se Aldo tem dado a atenção que precisa a Edgar.
Falar de McGregor é um tanto obrigatório. Garante manchetes. Mas não pode dominar os pensamentos de Aldo, que terá de ser muito preciso e estratégico, para evitar a boa trocação, o jogo de pernas ágil e também o wrestling apurado de Edgar.
Em defesa de Aldo, podemos dizer que ele nunca deu motivos para tantas dúvidas. Sempre treinou pesado, chegou em forma às lutas e, salvo contra McGregor, manteve seu cinturão indiscutivelmente. Então, há de se dar um voto de confiança no manauara, que é favorito a pegar o cinturão interino e, com ele, aí sim poder lançar seu desafio a McGregor.
No octógono, vamos ver se o trauma causado por McGregor foi em Aldo, ou apenas em nós mesmos, que o acompanhamos do lado de fora da grade.
UOL

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