Numa avaliação da conjuntura hoje em Brasília, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que as medidas de ajuste do governo Dilma Rousseff não surtirão efeito antes da disputa presidencial de 2018, que o ciclo do PT acabou e o partido estará nas cordas na eleição de 2016. Ele reconheceu que o PSDB corre o risco de contrariar sua base, mas não tem como votar a favor de medidas recessivas, que penalizam o trabalhador e os mais carentes. E disse que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está agindo como um “contabilista” ao elaborar um pacote de ajustes sustentado por dois pilares: corte de direitos e aumento da carga tributária.
— Esse pacote do Levy é extremamente rudimentar, de um contabilista, que se baseia só na questão fiscal e esquece que as pessoas se levantam todos os dias e precisam comer e ir trabalhar. Não se vê nada de estímulo a economia. Essas medidas não surtirão o efeito que o governo espera. Não vejo condições desse governo melhorar nos próximos dois ou três anos. Antes de 2018 ainda vai piorar muito — avaliou Aécio.
Na conversa, Aécio disse que, se eleito, também teria que promover um grande ajuste, mas o faria de forma mais escalonada ao longo dos quatro anos de mandato.
— Nós faríamos algo diferente, de médio e longo prazos, com sinalização de credibilidade , com metas de superavit menor e gradual em quatro anos, dependendo da reação das primeiras medidas. Agora querem dourar a pílula com um pacote de concessões. Daqui a pouco vão entregar tudo de graça. Dilma virou refém de Levy, que é um estranho no ninho. Se daqui a pouco pedir o boné, ele leva ela junto — disse Aécio.
Sobre a atuação da Oposição, Aécio prevê que o PSDB vai sair ainda mais fortalecido das urnas em 2016, na disputa para as prefeituras. Ele disse ter um levantamento das 300 maiores cidades onde as alianças passam longe do PT e há uma corrida por se aproximar do PSDB e partidos da oposição.
— Estar perto do PT será mortal. Lula sabe o tamanho do problema que tem pela frente. O ciclo do PT acabou. O PSDB vai sair mais sólido de 2016 — prevê o candidato derrotado no ano passado.
Para Aécio, o maior erro de Dilma foi criar uma falsa expectativa de que no final do ano haverá um refresco depois das medidas amargas. O resultado disso, prevê, é o fortalecimento do PSDB nos próximos embates eleitorais
— O povo está seco para pegar o PT e nós somos apenas o instrumento para que isso aconteça. 2016 vai pegar o PT nas cordas. O desânimo é o retrato mais claro da realidade — prevê Aécio.
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