Previsão era de que texto do relator fosse votado na sessão desta terça.
Presidente da Câmara criticou o relatório e disse que seria melhor não votar.
Integrantes da comissão especial da reforma política decidem adiar votação de relatório final (Foto: Laís Alegretti / G1)
No início da sessão desta terça, o presidente da comissão, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que ele e o relator conversaram e decidiram reabrir os debates sobre o texto e marcar a votação para a próxima segunda-feira, às 18 horas. Segundo ele, há uma nova versão do relatório apresentado por Castro e todos os deputados devem ter tempo para analisar com cuidado o material.
Nesta segunda-feira (18), Cunha criticou o relatório da reforma política elaborado pelo colega de partido. Cunha disse que seria “preferível” que o texto não fosse votado do jeito que está pelo colegiado. Para ele, a proposta deve ir diretamente ao plenário na semana que vem para dar tempo de valer já para as eleições de 2016.
Eduardo Cunha
Marcelo Castro disse, durante a sessão, que não se sente pressionado pelas críticas ao relatório. “Tenho personalidade que julgo amadurecida e forte e não me sinto pressionado por ninguém. O caso comigo e com Cunha é bala trocada. Para mim, assunto encerrado”, disse.
Castro explicou aos parlamentares, durante a reunião de hoje, que na segunda-feira (18) tinha uma reunião marcada com o presidente da Câmara. “Em vez de ter reunião, recebemos declarações que ele deu nos jornais”, disse, em referência às críticas de Cunha ao relatório.
O relator disse que pediu a sua assessoria que repassasse aos outros deputados da comissão a avaliação de que Cunha foi desrespeitoso com todos os membros do colegiado. “Não quero fazer disso um ponto de divergência”, disse.
PMDB
Castro disse, ainda, que ao longo da elaboração do relatório houve discordâncias entre ele e seu partido, o PMDB. “Vossas excelências acompanharam problemas que houve com a condução do PMDB. O PMDB defende um ponto de vista, eu defendo outro. Isso soa estranho para todos, para a sociedade”, disse, em relação às propostas para a reforma política.
“Na verdade, deveria estar aqui uma pessoa que refletisse o pensamento do partido, mas isso me foi dito tempos depois de eu ter expressado meu pensamento e ter feito compromisso com vossas excelências, então não me restava outra alternativa senão continuar com compromisso que fiz desde o primeiro dia”, afirmou o relator aos demais membros da comissão. Ele voltou a dizer que tudo que está em seu relatório expressa a maioria do pensamento da comissão.
Castro defendeu que o relatório não deve apenas ter “viabilidade” para ser votado, mas também deve melhorar o sistema eleitoral. “Temos que aprovar alguma coisa que seja importante para o país e melhore o sistema que nós temos. Para piorar, deixa como está”, disse.
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