Corpo do paranaense foi sepultado na tarde deste domingo (3).
Ele foi condenado à pena de morte por tráfico de drogas na Indonésia.
Centenas de pessoas acompanharam o cortejo do paranaense (Foto: Fernando Castro/G1)
O cortejo saiu por volta das 15h, ao som de "My way", música conhecida na voz de Frank Sinatra, tocada em um violino. Centenas de pessoas seguiram o carrinho que levou o caixão até o jazigo, em local com acesso restrito apenas a familiares e amigos.
Gularte, que tinha 42 anos, foi executado na terça-feira (28) na prisão de Nusakambangan. Ele havia sido preso em 2004 no aeroporto de Jacarta com 6kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe, e condenado à morte no ano seguinte. Parentes dizem que ele foi aliciado por traficantes internacionais devido ao seu estado mental.
No local do sepultamento, nenhum familiar quis falar sobre o assunto. Um amigo da família, o advogado Cleverson Marinho Teixeira classificou o caso como um “homicídio oficial”. “Não imaginava que isso se concluísse dessa forma, acho que o mundo já poderia ter chegado a um ponto de entender que violência gera violência, e que não deixa de ser um homicídio o que cometeram”, disse.
Antes da execução, familiares e advogados tentaram convencer autoridades a rever sua pena e transferi-lo para um hospital após ele ter sido diagnosticado com esquizofrenia. Contudo, as autoridades da Indonésia decidiram pela execução. No velório, Teixeira informou que a família pretende seguir exigindo uma resposta oficial sobre o laudo, com auxílio do governo federal.
Além do brasileiro, foram fuzilados dois australianos, quatro nigerianos e um indonésio. Todos cometeram crimes relacionados ao tráfico de drogas.
Ainda na Indonésia, o corpo de Gularte foi levado para o Hospital Saint Carolus, na capital do país, para um funeral. Uma foto do brasileiro e uma cruz com seu nome e a data de seu nascimento e de sua morte estavam ao lado do caixão.
"Daqui irei para o céu e ficarei na porta esperando por vocês", declarou Gularte no encontro final, disse à BBC Brasil o encarregado de negócios do Brasil em Jacarta, Leonardo Carvalho Monteiro, maior autoridade brasileira na Indonésia. Os disparos da execução foram acompanhados à distância uma prima de Gularte - Angelita Muxfeldt. Ela foi a última familiar a ver Gularte.
Já com a mãe, o último contato foi por telefone na segunda-feira (26). Clarisse, de 70 anos, havia visitado o filho em fevereiro e retornou ao Brasil. Na ligação, de 20 minutos, ele conversou também com a irmã.
Gularte foi o segundo brasileiro a ser executado na Indonésia. Em janeiro, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira foi fuzilado, também condenado à morte por tráfico de drogas.
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