A greve nacional dos servidores do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que completou 14 dias e vem
prejudicando o funcionamento das agências no país. Um balanço da
Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho,
Previdência e Assistência Social (Fenasps) indica que 25 estados
participam do movimento, com 80% de adesão dos trabalhadores.
Já a estimativa do Ministério da
Previdência Social mostra que 11,49% dos funcionários aderiram à greve.
No total, 45,7% das agências funcionam com atendimento parcial e 16%
estão completamente paradas, segundo o balanço do ministério.
No estado de São Paulo, 33% das agências
funcionam parcialmente e 10% estão totalmente paralisadas, de acordo
com o último balanço do Ministério da Previdência Social.
A Agência Brasil visitou duas agências
de muito movimento no centro da cidade, o posto de atendimento Várzea do
Carmo, na região do Glicério, e o da Rua Xavier de Toledo, perto da
prefeitura. As duas unidades funcionaram hoje (20) parcialmente,
atendendo apenas perícias agendadas.
No Glicério, que recebe diariamente 700
pessoas por dias, havia uma pequena aglomeração de segurados buscando
informações na entrada do prédio. O técnico de suporte de informática
Marcelo Fraga, de 43 anos, tinha perícia marcada para hoje. Após uma
cirurgia no joelho, ele descobriu uma doença degenerativa que deve
afastá-lo do trabalho por tempo indeterminado. “Enquanto não resolvem
meu problema, eu continuo trabalhando. Disseram que não vão me atender
hoje. Pedi uma declaração de que eu vim até aqui, mas eles também
disseram que não têm como fornecer.”
Pela quarta vez, o operador de
empilhadeira Alfredo Bispo de Oliveira, de 64 anos, tentou hoje, sem
sucesso, ser atendido e foi orientado a remarcar o atendimento. Ele
precisa de perícia para passar a receber o benefício de prestação
continuada da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas). “Eu trabalhei,
mas não o suficiente para me aposentar. Vou ter que entrar com o
problema de saúde até sair a aposentadoria”, afirmou.
No posto da Rua Xavier de Toledo, a
professora Eliane Pinheiro acompanhava a mãe, que precisa também de
perícia para receber o benefício de prestação continuada. “Não estava
sabendo da greve, mas, como os peritos estão trabalhando, [a
paralisação] não nos afetou. Mas, mesmo que tivesse afetado, eu apoio a
greve, porque é o único meio que o trabalhador tem de requerer direitos
ou de brigar contra a retirada de direitos”, afirmou.
Os servidores rejeitaram, na última
sexta-feira (17), em assembleia no Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e
Previdência no Estado de São Paulo (Sinsprev), a proposta de reajuste
de 21,3%, dividido em quatro anos. A categoria reivindica reajuste de
27,6% em uma única parcela. Os trabalhadores pedem também a incorporação
de gratificações. Amanhã (21), eles fazem, às 10h, um ato público em
frente à Superintendência do INSS na capital.
O INSS informa que as datas de
atendimento serão remarcadas pela própria agência e que as dúvidas podem
ser esclarecidas pela central do telefone 135. Em nota, o INSS
informou que considerará a data originalmente agendada como a de entrada
do requerimento, "de modo a evitar qualquer prejuízo financeiro nos
benefícios dos segurados".
Em comunicado, o Ministério da Previdência Social diz "que tem
baseado a relação com os servidores no respeito, no diálogo e na
compreensão da importância do papel da categoria no reconhecimento dos
direitos da clientela previdenciária e, por isso, mantém as portas
abertas às suas entidades representativas para construção de uma solução
que contemple o interesse de todos."Agência Brasil
Rua:Camilo José da Rocha nº15c,Centro Santa Cruz RN
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