Os 115,5 quilômetros de ramais
condutores de água que incluem o Rio Grande do Norte no Projeto de
Integração do São Francisco só deverão ficar prontos no final de 2018.
Sem projetos executivos concluídos, tampouco valores orçados, a data de
abertura do processo licitatório para apresentação de propostas e início
da execução das obras foi adiada pelo Ministério da Integração Nacional
(MIN). No cronograma inicial, o mês de maio passado era a referência
para a deflagração do processo, o que não ocorreu. Uma das causas, não
confirmada pelo Governo Federal, teria sido o corte no orçamento do MIN
em R$ 2,2 bilhões. A nova previsão é de que a licitação seja aberta no
segundo semestre deste ano e as obras consumam até 36 meses.
Iniciadas em 2005, as obras de
Transposição do Rio São Francisco estão orçadas em R$ 8,2 bilhões,
conforme levantamento mais recente do MIN, datado de maio passado. Em
levantamentos iniciais, o ramal que deverá carrear água da Barragem
Caiçara, no município paraibano de Cajazeiras, para o Rio Piranhas-Açu,
no Rio Grande do Norte, custaria R$ 1,2 bilhão. Conforme detalhamento da
assessoria de imprensa do MIN, “o orçamento das obras do Ramal Apodi
está em elaboração pela equipe técnica e será divulgado no edital de
licitação do empreendimento”. O Ministério espera entregar os primeiros
trechos, de um total de seis até agora iniciados, a partir deste ano com
previsão final para 2017.
No estado da Paraíba, as obras relativas
à Transposição estão 82% concluídas. O presidente da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Norte, Ezequiel Ferreira, acompanhado de
deputados estudais potiguares e paraibanos, visitou o canteiro de obras e
constatou o quanto o Rio Grande do Norte está atrasado neste
empreendimento em relação ao vizinho paraibano. Ezequiel Ferreira,
juntos aos deputados estaduais e federais potiguares, paraibanos,
cearenses e pernambucanos, deverá marcar uma audiência com a presidente
Dilma Rousseff para cobrar celeridade na execução da obra e ligação dos
ramais de condução de água.
A população do estado potiguar deverá
ser atendida a partir de duas entradas das águas transpostas. A partir
do Reservatório Eng. Ávidos, em Cajazeiras (PB), ocorrerá a perenização
natural do Rio Piranhas-Açu, com represamento nas Barragens de Oiticica,
ainda em construção, e na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, com
capacidade para armazenar 2,4 bilhões de metros cúbicos de água. A
partir do Ramal do Apodi, cuja construção não tem de início, as águas
da Transposição serão acumuladas nas barragens de Santa Cruz do Apodi e
Pau dos Ferros, que deverão abastecer 44 municípios potiguares.
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