Acompanhada de entidades ligadas à Educação, a senadora Fátima
Bezerra entregou ao ministro da Educação, Renato Janine, e ao presidente
do Senado, Renan Calheiros, nesta quarta-feira (8), um posicionamento
público em defesa do projeto que trata da destinação dos royalties do
petróleo e de 50% do Fundo do pré-sal para a Educação e a Saúde. O
documento foi apresentado durante audiência que fez um balanço do
primeiro ano de vigência do Plano Nacional de Educação (PNE).
Após a discussão acerca das conquistas e, sobretudo dos desafios ainda a
serem superados no âmbito do PNE, as entidades se dirigiram à
presidência para apresentar o documento ao senador Renan Calheiros. A
senadora Fátima Bezerra fez um apelo para que o projeto de autoria do
senador José Serra, que retira o protagonismo na exploração do petróleo
da Petrobras e, por tabela, fragiliza o regime de partilha, seja
retirado do regime de urgência.
“Se aprovado, este projeto (PLS
131/2015) que tramita no Congresso Nacional trará consequências
drásticas para a educação brasileira. Isso porque fragiliza um dos focos
centrais do PNE, que é o seu financiamento. E debilita também o que
conquistamos com muita luta, que foi consignar que até 2024 o estado
brasileiro deve garantir 10% do PIB para a educação”, afirmou a
senadora.
No manifesto, a rede da Campanha Nacional pelo Direito à
Educação reafirmou a disposição em colaborar na definição de caminhos
para o cumprimento integral e qualificado do PNE, defendendo a
destinação dos recursos petrolíferos à educação pública. “Em nome da
consagração do direito à educação no Brasil, o compromisso com o sucesso
das Leis [que garantem o financiamento do PNE] deve ser a preocupação
de todos”, frisou o manifesto.
Audiência - Durante a audiência
pública, o ministro Renato Janine lembrou que mais de 5 mil municípios e
13 estados brasileiros já elaboraram os respectivos planos de educação.
Mas destacou que espera a contribuição de todos. “Constituir a Educação
em direito é dar solidez aos nossos jovens. É dar igualdade de
direitos. Que a loteria do nascimento não seja ônus ou bônus imerecido”,
assinalou o ministro.
Ele parabenizou a proposição da senadora Fátima Bezerra a quem chamou “incansável batalhadora da causa da educação”.
O coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação,
Daniel Cara, afirmou que o sucesso do PNE depende de seu financiamento
adequado e destacou que a rede manifesta contrariedade perante qualquer
alteração nos procedimentos que garantirão o financiamento do Plano.
A audiência contou com a participação dos senadores Romário (presidente
da Comissão de Educação, Cultura e Esporte), Cristovam Buarque, Lasier
Martins, Ângela Portela, Lídice da Mata, Lindbergh Farias, Simone Tebet,
Dario Berger, Temário Mota, Regina Sousa, Donizeti Nogueira e Hélio
José; deputado Deivison Silva; e das entidades ligadas à Educação, como
União Nacional dos Estudantes (UNE), Federação Única dos Petroleiros
(FUP), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE),
Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades
Brasileiras (Fasubra), Conselho Nacional das Instituições da Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Fotos: Agência Senado
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