
A audiência pública demonstrou que enquanto os estados nordestinos sofrem os efeitos de mais uma seca, São Paulo conseguiu superar a crise hídrica provocada pela maior escassez de água registrada nos últimos 100 anos no estado. O governador Geraldo Alckmin garantiu que as medidas adotadas – e outras em andamento – afastaram a possibilidade de a população ser obrigada a enfrentar um racionamento ou um rodízio na distribuição de água.
Segundo o governador paulista, a maior seca registrada em São Paulo no século passado ocorreu em 1953. No ano passado, choveu metade daquele ano, e sem que os institutos de meteorologia apontassem que tal estiagem ocorreria. Alckmin explicou que os dados geográficos amplificaram o problema: a região metropolitana de São Paulo conta com 22 milhões de habitantes, está situada 700 metros acima do nível do mar e a água que abastece tal contingente vem de uma distância de 100 quilômetros.
Para resolver a crise hídrica, o governo de SP investiu em campanhas junto à população para o uso racional da água. Além de propagandas orientando fechar a torneira durante a escovação dos dentes ou o ato de ensaboar o corpo, no banho, foi instituído um programa que reduzia o valor da conta de quem economizasse e aplicava multa em quem ampliasse o gasto de água. “A adesão foi de 83% da população”, comemorou o governador Geraldo Alckmin.
Outras medidas foram o aumento da produção de água e a redução de perdas. O governador comparou que enquanto os sistemas de distribuição de água da França registram perda de 27% e o da Inglaterra, de 20%, São Paulo conseguiu reduzir seu percentual para 19%. “Somente o Japão e a Alemanha têm perdas de apenas um dígito”, informou Geraldo Alckmin. Financiado pelo governo japonês e com assessoria técnica daquele país oriental, o governo paulista está desenvolvendo um programa para diminuir mais ainda seu percentual de perda.
“De certa maneira, fiquei surpreendido. Pensei que o governador Geraldo Alckmin diria que para resolver o problema o estado tinha gasto bilhões, em investimentos, mas ele falou em economia. Que se atente para isso: o problema pode ser resolvido por meio de investimentos, claro, mas também através da economia de gastos: tanto os gastos públicos, como os do consumidor”, comentou Garibaldi Filho.
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