Obras são fundamentais para atrair hub da TAM, disse o ministro do Turismo.
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Henrique cobrou responsabilidade do governo na conclusão dos acessos
ao aeroporto e no cumprimento das exigências da TAM para instalar hub.
"Os acessos ao aeroporto são uma questão muito grave. O acesso norte, que deveria ter sido entregue na inauguração, está sendo feito lentamente, e o sul não tem previsão. Me preocupa a conclusão dos acessos", disse em entrevista exclusiva ao portal nominuto.
Henrique Alves cobrou responsabilidade do governo estadual na conclusão das obras e no cumprimento das exigências feitas pela companhia aérea. "Não adianta ficar no campo das boas intenções. Tem que mostrar que vai realizar e como vai realizar. Acho que está faltando isso", disse.
O ministro declarou não haver disputa política em torno do investimento, mas admitiu que não tem tratado do assunto diretamente com o governador Robinson Faria. "Se houver [política partidária] é uma grande irresponsabilidade", afirmou.
A seguir, trechos da entrevista com o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, gravada em Brasília:
Diógenes Dantas - Ministro, quais as chances de o Rio Grande do Norte conquistar o hub da TAM?
Henrique Eduardo Alves - Eu acho que são grandes porque temos o principal diferencial que é o aeroporto governador Aluizio Alves. Nem o Ceará tem, poderá ter - ganhou uma concessão que até se viabilizar demora de dois a três anos -, e Pernambuco não tem. Nós temos o aeroporto, que já foi muito criticado e hoje é bastante elogiado por sua capacidade de crescer em terminais, em fingers e área de cargas. O nosso aeroporto desponta nessa hora como primeiro e fundamental elemento para instalação do hub da TAM em São Gonçalo do Amarante.
DD - Há uma disputa [do RN] com Pernambuco e Ceará. Os técnicos da TAM estiveram em Natal recentemente para aprofundar as análises. O senhor já teve retorno da empresa?
HEA - Já. Eu sempre falo com a Cláudia Sender, presidenta da TAM, muito competente, muito capaz. Eu levei a Cláudia e o Marco Antônio Bologna, do conselho da TAM, à presidenta Dilma Rousseff para que pudessem expor a decisão de valorizar a política regional e de levar esse hub para o Nordeste brasileiro, independente de ser em Recife, Fortaleza ou Natal/São Gonçalo do Amarante.
DD - Quais os argumentos de Pernambuco e Ceará?
HEA - Eles dizem que terão um aeroporto como o nosso. Só que nós já temos. Agora, nós temos algumas dificuldades: os acessos ao aeroporto são uma questão muito grave. O acesso norte, que deveria ter sido entregue na inauguração, está sendo feito lentamente, e o sul não tem previsão. Não podemos esquecer que serão gerados de 10 a 12 mil empregos diretos [com o hub da TAM], ou seja, serão 12 mil pessoas circulando diariamente, quase uma nova cidade. Me preocupa a conclusão dos acessos.
DD - A falta dos acessos coloca em risco o investimento da TAM no RN?
HEA - A TAM esteve em Natal, Recife e Fortaleza. A decisão da empresa será técnica. Quem fizer o dever de casa e apresentar as melhores condições leva vantagem, e deve ganhar pela seriedade e confiança.
DD - Quais são as outras exigências da empresa aérea?
HEA - O custo do querosene de aviação é um ponto importante. Recentemente o RN tomou uma decisão (redução da alíquota do ICMS sobre o QAV) que o Ceará e Pernambuco já tinham tomado, e nesse quesito todos os Estados estão empatados. A TAM exige uma linha férrea [VLT] e a construção de dois a três hoteis próximos ao aeroporto para atender suas tripulações. A conversa com a TAM deve ser muito pragmática. Não adianta ficar no campo das boas intenções. Tem que mostrar que vai realizar e como vai realizar. Acho que está faltando isso.
DD - As ações do governo não estão claras?
HEA - Não sei sobre as conversas do governo estadual com a TAM. Estou fazendo a minha parte, buscando informações e procurando saber, de forma respeitosa, o que os outros estados estão fazendo nos bastidores. Eu acho que o RN não terá uma chance como essa nos próximos 50 anos.
DD - O senhor tem conversado com o governador Robinson Faria sobre o hub da TAM?
HEA - Não. Tenho tratado com os secretários da área.
DD - O senhor foi a grande ausência num encontro do governador para tratar do hub da TAM. Há alguma disputa política em torno do tema?
HEA - Não acredito. Se houver é uma grande irresponsabilidade. Eu fui convidado para o encontro do governador em cima da hora, e tinha um encontro previamente agendado com autoridades do Mercosul, em Florianópolis (SC). Não pude comparecer, mas a bancada e representantes de classe estiveram presentes. Estamos aguardando resultados práticos daquela reunião. Se tratarmos o assunto sem política partidária, nós temos tudo para ganhar o hub da TAM.
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